Hoje o título é curto e grosso. A idiotice de hoje tem um início para maiores de 18 anos, quer dizer, se calhar até não. Ora vejamos o que vai sair daqui.

Houve uma altura da minha vida, em que um lado mais arisco e audaz que até então desconhecia em mim, tomava conta do meu corpo e fazia-me percorrer diversos perfis femininos numa Rede Social já extinta(o saudoso Hi5), procurando um bom flirt. Certo dia, encontrei uma rapariga com uns atributos de peito, com um elevado nível de generosidade, as fotos pareciam-me mostrar montanhas imensas, quem sabe se difíceis de escalar, no seu cume, uma face delicada, de uma beleza ímpar! Pensei para o meu teclado, “Tem tudo para ser uma “conversa” agradável”. Surpresa ou não, a juntar a estes atributos físicos, tinha uma personalidade cativante, uma identidade vincada, de ideias fixas e um feitio muito peculiar. Estavam reunidos todos os ingredientes para um bom “caldinho”. A conversa foi fluindo, a cada dia que passava as conversas iam ficando mais longas, o meu ser estava a ficar “apanhadinho”, como um vício que se ia apoderando de mim. Contudo, fui avançando sempre com cautela e mantendo o flirt para que o interesse não se evaporasse. Chegou o inevitável dia em que a conversa indicou a marcação de um encontro, e lá nos encontrámos. Mas, e há sempre um mas nestas histórias, um dos predicados indicados não jogava com o baralho todo, eu tinha visto nas fotos um Evereste, mas o que me aparecia à frente, era uma Serra da Estrela. Cheguei à conclusão de que era mais pose para a foto, do que outra coisa, dando a ideia de que a escalada seria dantesca e sinuosa, contudo, resumia-se a uma subida à Torre, tempo de comprar um Queijo da Serra e voltar para casa. Esta peculiaridade proporcionou o momento de rir para dentro e pensar, “Pareciam maiores“.

serra-estrela

Contado está este momento íntimo, passemos ao que realmente importa. Este, “Pareciam maiores” tem muito que se lhe diga para os diversos produtos/serviços que estão constantemente a entrar no Mercado, se por ventura não houver um estudo cuidado, podem ter sérios problemas de implementação no mesmo, a verdade é que quanto maior for a precisão da informação recolhida, mais facilmente se atinge o sucesso, como é óbvio, nada garante esse mesmo sucesso, mas é meio caminho andado para tal acontecer.

Assim, vou-vos falar de uma Marca, conhecida de todos, que decidiu arriscar e apostar numa área de negócio, totalmente diferente do seu core business. Pela imagem principal, já perceberam que falo da Colgate, que junto dum belo salmão é um momento “Pareciam Maiores” garantido.

Colgate

Digo isto porquê? Porque a Colgate em 1982, decidiu lançar-se no Mercado de refeições pré-cozinhadas, momentos microondas, direccionado a todos aqueles que apreciam comida saudável e que no fim, saboreiam-na com uma boa lavagem de dentes ao estilo Colgate.

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Por sua vez, refeições Colgate, dá logo para pensar, “Huummm, pasta dos dentes com sabor a bróculos cozidos, yamiii”, e foi mais ou menos isso que aconteceu. Quando estas refeições saíram do microondas prontas a comer, muitos americanos pensaram que iriam estar a comer uma Colgate diferente, não as “detestáveis” verduras que não interessam a ninguém, mas sim algo com propriedades dentríficas que fazem bem à placa dentária, como é óbvio, desilusão. Referir ainda 3 pontos, Primeiro, dizer que estas refeições foram lançadas no Mercado de Consumo Americano, nunca chegando ver a luz do dia no Mercado Europeu. Segundo, sem dúvida uma ideia inovadora, mostrando a vontade de dar outro raio de acção à Marca Colgate. Terceiro, o Mercado da altura estaria pronto para tal ideia? Respondo já, creio que não. Sendo um Mercado tão forte, com tubarões sedentos de sangue, as críticas e as pressões abateram-se sobre a Colgate, não permitindo que houvesse a criação de uma cultura de refeições saudáveis ao estilo Colgate, o que levou à condenação deste produto.

Lições a retirar deste processo? Saber sempre actuar no Mercado em questão com produtos/serviços sustentáveis e capazes de darem resposta à concorrência, conhecer bem o público-alvo, calcular o risco da imagem da Marca junto dos consumidores caso haja uma falha, procurar os parceiros certos e não “lapas” que se aproveitam, e o mais importante de tudo, saber vender bem o produto/serviço, ter um conhecimento profundo do que este pode atingir, para que, no fim, o seu Ciclo de Vida, seja calmo e constante. Eu pessoalmente não colocaria entraves às refeições Colgate, é uma ideia diferente, tal como o momento que partilhei com vocês, existe sempre um lado positivo em tudo e temos de saber retirar o que há de melhor, mas sendo o ser humano muito de “comer com os olhos”, a primeira imagem, é sempre a que fica, e no caso, nunca houve a capacidade de dissociar a parte dentária desta ideia culinária.

Deixo-vos agora mais exemplos de produtos “Pareciam maiores“, leiam aqui.

P.S – Atenção e voltando aquele momento falado no início, não pensem que isto da Serra da Estrela foi um revés, muito pelo contrário, quem sabe se esta rapariga não se tornou na mulher da minha vida?  

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