O título só por si é um paradoxo. Desmontando para outras palavras, falo da típica “barraca”. Erguida pela necessidade de improvisar um tecto, um porto de abrigo, um aconchego para as noites frias, um tipo de “construção” que se vai espalhando pelos grandes centros urbanos como palácios reluzentes. Reluzentes e de construção “única”. O homem quer, “recolhe” e constrói a seu belo entender. Desenganem-se aqueles que acham que esta descrição é de menosprezar estes “Palácios de Chapa”, muito pelo contrário, a vida todos os dias encarrega-se de dificultar o nosso caminho independentemente da nossa vida social.

Os dias nestes “Palácios de Chapa” começam cedo, enquanto se faz continência para evitar os raios de sol, pensa-se, será que é desta que o dia vai ser diferente? O pensamento entra então naquele looping infinito da procura de uma vida melhor e na busca das “recompensas prometidas”. Chega ao final do dia, tudo acaba por ficar igual, os olhos “tocam” o horizonte e contou-se mais um dia.

Mas vocês perguntam-se, que raio de introdução foi esta? “Palácios de Chapa”? Barracas? O que é que isto tem a ver com Marketing? Simples, tudo se constrói na base de um sonho, de um pensamento e de uma ideia que pretendemos tornar real. Tal como no Marketing. Mas voltando aos Palácios de Chapa, a verdade é que às vezes a vida nem sempre corre como desejamos, mas procuramos sempre formas de improvisar nas situações mais difíceis, adaptamo-nos às circunstâncias e mais tarde tentamos voltar ao nosso caminho. O improvisar na rua, é um improviso de refúgio, “improviso” esse que pretendemos apetrechar com tudo aquilo que conseguimos recolher no dia-a-dia. Os luxos nestes “Palácios de Chapa” têm características muito próprias. Pretende-se sempre ter uma chapa maior que a do vizinho, não ter os “buracos” visíveis, conseguir recolher paletes suficientes para conseguir idealizar diversas divisões, no fundo, “ostentando” assim, “diferentes” luxos no meio desta selva social. Resumindo, fica-se com um espaço só nosso, um canto onde tudo é real e possível. Onde a liberdade de pensamento nos leva a pensar que vivemos num verdadeiro Palácio. Nos nossos limites ninguém é mais soberano que nós próprios. No Marketing “volta” a acontecer o mesmo. Cada  Marca/Empresa/Organização cuida dos seus reinos com unhas e dentes e quando prepara “novidades” para o mercado, mesmo podendo ser a pior ideia do mundo, vai ser defendida e pensada da melhor maneira possível.

Com efeito, e nesta onda que “mostra” que tudo é possível, mesmo com tão pouco, vai ficar para a posteridade d’O Idiota Marketeiro, “slogans” e spots televisivos que foram mudando o mundo. Mostrando que do “quase nada”se foram construindo legados que até hoje perduram e imortalizaram Marcas/Empresas/Organizações.

Relativamente aos spots televisivos, deixo aqui estes dois links com alguns exemplos desta magia de”erguer o nada a tudo”:

Link 1: http://www.businessinsider.com/the-10-best-award-winning-tv-ads-everyone-must-see-2011-1?op=1

Link 2: http://www.huffingtonpost.co.uk/2015/09/22/best-tv-adverts-ads-first-british-tv-advert_n_8175322.html

Por fim, ressalvar que os “Palácios de Chapa” são a prova de que o idealizar de algo nem sempre pode correr bem, como dito em cima, às vezes nem tudo corre como pretendemos, mas não se deixa de lutar. O Marketing acaba por mostrar isso mesmo, quando se erra, procura-se corrigir e improvisar da melhor maneira. Os exemplos hoje mostrados demonstram isso mesmo, o tempo vai cimentando os nossos limites. Cabe-nos a nós saber levar a vida pelo caminho mais correcto, porque dentro dos nossos “Palácios”, quem manda… somos nós.

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