“Caros eleitores,
Os tempos em que vivemos são de transição, os ventos partidários mudaram. Vivemos num cenário político de tecnocratas, onde nós, o zé-povinho continua nas mãos de ignorantes sociais, a vida cada vez mais é paga com austeridade, somos sujeitos a cortes radicais que não lembram ao menino jesus. Enfim, acabamos por ser perseguidos por esta gente que elegemos e que enriquece enquanto “escraviza” os nossos salários. Por isto e por aquilo, apelo ao voto, apelo ao voto da mudança, ao voto do futuro, ao voto para mudar estes vícios, ao voto que vai dar rumo a este nosso Portugal.
Votem “O Idiota Marketeiro”, o candidato da Idiotice!”
Pois bem, depois deste desabafo em jeito de campanha política e imbuído no espírito das eleições presidenciais que a largos passos se aproximam, hoje “O Idiota Marketeiro” faz uma visita cordial à corte do Marketing Político. Com a missão de aproximar facções e de procurar um entendimento ao centro.
Com efeito, o Marketing Político pode ser definido como um conjunto de técnicas e de procedimentos que tem como objectivo adaptar um determinado candidato político aos seus potenciais eleitores, posicionando-o de forma a chegar maior número possível, diferenciando-o dos restantes adversários. Há volta deste posicionamento e diferenciação “muito coisa se joga”, sendo que, se torna essencial para uma boa estratégia de Marketing Político, uma correcta definição destes dois conceitos, uma vez que, um candidato político tem de ir de encontro às expectativas à sua volta criadas, deve adaptar-se aos eleitores e a partir dessa adaptação deve conduzir a sua campanha de acordo com os desejos dos mesmos. O Marketing Político surge assim no panorama do Marketing, como o de querer dar um passo em frente ao nível das campanhas políticas, o de querer chegar mais longe, de querer planear e executar da forma mais precisa possível, estando sempre directamente ligado ao sucesso de um político, na medida em que vai trabalhar a sua visibilidade pública e tentar que esta seja a mais positiva junto dos eleitores. Assim sendo, “em” Marketing Político, toda e qualquer mensagem precisa de ser minuciosamente planeada, porque ao mínimo erro de discurso, na imagem ou na narrativa de campanha, tudo pode ir “por água abaixo”.
Após esta pequena definição de Marketing Político, vou apresentar alguns pontos que devem ser “bem trabalhados” para que uma campanha política seja um sucesso. São eles então:
A Imagem
Qual é a imagem que o candidato quer apresentar perante o seu público? Este deve ser o ponto de partida para tudo o resto. A partir desta resposta, uma linha de raciocínios e de estratégias poderão se desenvolver.
A Escuta Estratégica
É também necessária fazer uma escuta estratégica. Analisar, “sondar”, medir o alcance e a “paixão” dos eleitores. Tal como no Marketing Comercial, é necessário saber os “desejos” destes, saber a intenção de voto, perceber se somos o “seu” candidato ideal.
A Mensagem
Que estratégia de comunicação apresentar? Que mensagem passar para o eleitorado? Como dito em cima, o planear e o pensar são fundamentais para não ter amargos de boca. Uma mensagem cativadora, perceptível, que una as massas, é 50% de trabalho realizado com sucesso.
O Conteúdo
Dizemos muitas vezes que dizem todos o mesmo. Seja ou não seja verdade, estudos garantem que em Marketing Político, a grande percentagem da influenciação não está tanto no conteúdo mas em aspectos como a empatia natural, a tonalidade da voz, na clareza do discurso ou até na criatividade.
A Equipa
É fundamental reunir colaboradores capazes e motivados para darem o seu melhor. Bons profissionais podem orientar a equipa e ajustar o posicionamento nas diferentes fases de uma campanha eleitoral.
Desenvolver uma narrativa
O mais importante numa campanha política é a história do candidato. O Marketing Político “serve” essencialmente para enaltecer este ponto, basicamente, é “vender” uma pessoa como se fosse um produto. Por isso, convém que a pessoa “valha a pena”.
Social Media Marketing
As redes sociais hoje em dia servem para tudo e mais alguma coisa e a política não foge à regra. Hoje em dia as campanhas jogam muito com o factor “na hora”, tudo se sabe, tudo se divulga, ou seja, o candidato pode ser acompanhado quase diariamente. Por outro lado, permite a aproximação ao público mais jovem, só por esse factor já mostra que actualmente a política é “para todos”. Para além de que, o alcance, o número de pessoas envolvidas, cria a ideia de massificação em torno de “algo maior”, que vai ajudar muito ao nível de sondagens e obtenção de dados dos eleitores.
Marketing Directo
Apesar da vertente das redes sociais ser muito “mais” forte para marcar a presença no mundo digital, não é menos verdade que a existência de informativos não seja necessário. Brochuras, flyers, manifestos, outdoors, tudo isso conta para “politicar”. Porque, e voltando a repetir conceitos, informação credível demonstra confiança, mostra que o voto vale a pena.
Por fim, e talvez o ponto essencial no Marketing Político, que acaba até por se misturar com a definição do mesmo,
Mass Media e Relações Públicas
Tanto a TV, como a Rádio são meios tradicionais utilizados para atingir e atrair uma larga audiência, são plataformas que vão permitir um controlo sobre a mesma, são as “típicas” ferramentas “divulgatórias” que fazem a diferença. E quem mais que umas boas Relações Públicas para tornar esta relação Candidato/Media numa relação prolífera? O calendarizar de entrevistas, debates, intervenções publicas, aparições em eventos, tudo isso joga-se nos bastidores das RP. Arrisco mesmo a dizer, as RP são as máquinas de campanha.
Analisados e sumarizados estes pontos, pergunto-vos, como podemos ser bons Marketers Políticos? A resposta é simples, como devem ter reparado, hoje mais do que nas outras idiotices, repeti-me inúmeras vezes, e isso tem uma razão, a verdade é que a máquina acaba por ser tão bem oleada, que acaba por funcionar sozinha, contudo, às vezes é necessário dar uns retoques e pensar como em Marketing Comercial, por outras palavras, reflectir, avaliar e corrigir se necessário. Dizer ainda, que a magia do Marketing Político resume-se a transformar “a merda em ouro” (o contrário, às vezes também acontece).