Que mais haveria eu de inventar se não uma idiotice para não sair com uma rapariga? Pode parecer estranho este título, mas verão que no fim, vai acabar por fazer sentido.
Na altura em que era um adolescente arisco com o público feminino, aliás, até foi na época em que se passou a idiotice, “Pareciam maiores”, em part-time, era secretamente também, “um” nerd. Viciado em Videojogos (PC e Consolas), Jogos de Tabuleiro, Banda de Desenhada, Lego (coisa que já sabiam desde, “A Minha Primeira paixão”), Trading Card Games (TCG), mais propriamente, de Magic: The Gathering, Séries de TV e em mais algumas coisas que agora não me ocorrem. Era um part-time que retirava muito de mim, exigente, cansativo, dispendioso em certos casos, mas que no fim, acabava por valer a pena.
Focando na parte dos Videojogos, quando saiu o Football Manager 2009, existiu um grande alarido relativamente ao seu lançamento, as expectativas eram as melhores, algo de extraordinário estava para acontecer. Mais tarde, tudo se confirmou, tornando-se rapidamente num dos maiores sucessos de vendas da sua editora, Sega. O jogo trouxe melhoramentos a todos os níveis, gráficos melhorados, acompanhados de motor 3D, novos métodos de treino, uma base de dados enorme de jogadores, novas ligas nacionais jogáveis, uma maior interação na gestão do clube, resumidamente, um autêntico hino ao desporto rei e a todos os treinadores de bancada.
Como é óbvio, sendo eu um amante de futebol e seguidor da série Football Manager desde o seu aparecimento em 2005, não fugi à regra e adquiri o jogo. Foram horas e horas naquilo, consegui feitos maravilhosos para um clube como o Burnley da Segunda Divisão Inglesa. Consegui colocar o clube na Premier League em duas épocas, ganhei todas as taças a nível interno, uma Liga Europa e uma Supertaça Europeia, escapando-me a Champions. Na última época que fiz, estava em terceiro lugar, com boas hipóteses de ganhar a Liga e consequentemente qualificar-me para a Champions, porque até então, o melhor resultado classificativo que tinha feito, era um honroso sexto lugar, contudo, infelizmente “perdi” um pouco de interesse no jogo, subentenda-se esta perda de interesse, com o andar ocupado com “outras coisas” de adolescente arisco.
Quando eu no título disse, desculpas, queria dizer antes, desculpa para não sair com uma rapariga. Passo a explicar, houve uma vez (ok, algumas vezes), estando tão vidrado no Football Manager, passava os fins de semana colado no PC só para conseguir fazer uma época desportiva, a emoção era tanta, só conseguia pensar no próximo jogo, quando abria a próxima janela de transferências para contratar novos jogadores, porque era um suplício ver os meus centrais a cometerem erros infantis ou ter um ponta de lança, que em 20 jogos, o melhor que consegue é mandar uma bola ao poste. Tudo isto era mais forte que eu, tanto que, e agora é que entram as desculpas, nem saía com raparigas, porque o importante era levar o Burnley à glória. Existiram mesmo ocasiões em que o filme estava tudo feito para “concretizar” com uma donzela, mas eu dizia, “Fica para a próxima, estou cansado”, mentira, estava era num ciclo infernal no calendário, ia jogar para Liga Europa e a seguir ia a casa do Chelsea jogar. Eu confesso, mentir é feio, mas eu depois recompensava como deve ser. Por acaso, e não é para em gabar, até tinha sorte com as raparigas, aliás, nem era necessário estes filmes todos, mas o part-time nerd, por vezes, era um full-time job.
Com este pequeno desabafo, se alguma vez (dirigindo-me à audiência feminina que cortejava, caso saibam quem é “O Idiota Marketeiro”), ouviram, “estou cansado”, da minha parte, peço desculpa, a massa associativa do Burnley era demasiado exigente.
Agora a questão que se coloca é, como é que é possível trocar um encontro apaixonante por um simples Videojogo? A resposta é simples, Video Game Marketing ou Gaming Marketing, como preferirem.
Este tipo de Marketing, surge por assim dizer, a partir do momento em que se assumiu que o mundo dos Videojogos e Gaming se tornou num Mass Media. Ao dizer isto, até podem achar que incorro numa barbaridade, mas esta afirmação faz todo o sentido mediante aquilo que temos assistido ao longo dos anos. De dia para dia, o crescimento e o desenvolvimento deste mundo foi possibilitando a criação de softwares/hardwares e Videojogos cada mais complexos, hoje em dia temos PC’s equipados com as melhores placas gráficas para retirar o máximo rendimento de determinados jogos, temos Consolas, que fazem de tudo, TV, ponto de acesso à internet, Streaming, Gaming, etc. Tudo com o objectivo de entregar ao utilizador a melhor experiência possível. Acompanhado desta evolução, houve também a necessidade de dar os passos correctos, os Videojogos já não são assim tão simples, são adequados a um contexto, existe uma linha temporal que conta uma história, são influenciados pelas audiências e assumem que cada público tem as suas necessidades específicas, com as sagas de culto que se foram criando houve a necessidade de moldá-las aos consumidores modernos e só com estratégia e planeamento, é que tudo resulta numa fórmula vencedora.
Assim, o Video Game Marketing/Gaming Marketing assenta principalmente em duas vertentes: Numa primeira fase, na Estratégia de Marketing, e numa segunda fase, no Plano/Planeamento de Marketing. Estratégia, no sentido de definir um caminho que nos vai levar ao que pretendemos atingir. Planeamento, a forma de como vamos executar esse caminho e atingir os objectivos e metas propostos.
Estratégia de Marketing
1 – Definir o Modelo de Negócio do Videojogo:
. Modalidade paga (Premium);
. Disponibilizá-lo sem custos e, com o tempo, adicionar conteúdos pagos, Exemplo. DLC’s (Downloable Content’s) (Freemium);
. Livre, sem qualquer custo (Free-to-play).
2- Público-Alvo. Essencial para o sucesso do Videojogo. A definição do Público-Alvo é talvez, a chave para atingirmos as nossas metas, uma vez que, às vezes, mesmo fazendo um Videojogo para crianças, eventualmente, os pais também irão querer jogar, por isso, é importante ter em conta a capacidade do jogo se moldar à família. Mas claro, quando se trata de um Videojogo mais específico, idealizá-lo para a audiência correcta. Por fim, são os gamers fiéis que vão dar lucro aos Estúdios de Produção.
3 – Plataformas e Canais de Distribuição. Escolher as plataformas em que se pode jogar o Videojogo, entre Consolas, PC’s, Tablets, Smartphones. Qual será mais benéfico para a experiência do utilizador? Qual será aquele que se adequa mais aquele determinado Mercado? É fundamental haver uma relação entre as plataformas e o seu público, muitas das vezes, certos jogos só funcionam em determinadas plataformas. Em relação aos Canais de Distribuição, escolher sempre os especialistas/lojas em material tecnológico e eletrónico do topo do Mercado.
4 – Critérios Geográficos. Como tudo, os Videojogos, também têm a sua cultura gamer. Por exemplo, o Mercado Europeu é diferente do Mercado Asiático e do Americano, escolher o melhor Mercado, é sempre um factor a ter conta, lá está, adequar o melhor possível o Videojogo aos seus utilizadores. Deixo aqui, este link de dados estatísticos relativos aos maiores Mercados Gamers Mundiais, ver aqui. Relativamente a Portugal, deixo a estimativa de crescimento deste Mercado e o impacto deste, a nível monetário, ver aqui.
5 – Orçamento. Sem ovos não se fazem omeletes, tão simples quanto isto.
6 – Canais de Marketing. Escolher os melhores canais para promoção/comunicação, escolher aquele que vai criar um efeito de corrida às lojas e esgotar o stock.
7 – Medição. A partir do momento em que o Videojogo está nas lojas, seguir atentamente as suas vendas, os pedidos de reserva, a quantidade em stock. Fazer um follow-up constante, através de dados estatísticos, que serão importantes para corrigir algo que esteja errado.
Plano de Marketing
No bom e velho Plano de Marketing, não existem segredos, nem enganos, fazer uma análise interna e externa a tudo o que envolve o projecto, seguir cada ponto da estratégia que se pretende seguir e executá-lo da melhor forma. Relembrar ainda, os bons colaboradores e os parceiros correctos, fazem toda a diferença. “Acrescentar” só, umas “regras” de Gaming Marketing que encontrei, ver aqui.
Por fim, deixo aqui “aquilo” que vai trazer sentido a este “estranho título”.
https://www.youtube.com/watch?v=0fBKjjgkMHM
Caso para dizer, se o Robin Williams deu o nome de uma personagem de Videojogo à sua filha, porque não haveria eu de ficar em casa e levar o Burnley à glória em vez de sair com raparigas? Às vezes é assim, os Videojogos são mágicos.